terça-feira, 21 de janeiro de 2014

REFLETINDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA

REFLETINDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA


A avaliação representa um dos pontos vitais para o alcance de uma prática pedagógica competente e de um processo educativo eficaz, mas muitos são os entraves a cerca desse processo que acontece dentro dos âmbitos escolares.
A avaliação tem sido enfocada, principalmente, na sua dimensão técnica, classificatória, sobretudo no que se refere à construção de instrumentos válidos e fidedignos, deixando à margem outras dimensões importantes e necessárias para se promover uma educação significativa e eficaz.
Alguns autores, teóricos, como Luckesi, Hoffmann têm denunciado essa unilateralidade de abordagem avaliativa, hoje, aplicada, assim como a seletividade e a discriminação que a mesma tende a encobrir. Pois, a avaliação deve ser “um ato subsidiário da prática pedagógica com vistas à obtenção de resultados os mais satisfatórios possíveis diante do caminho de desenvolvimento de cada educando” (LUCKESI, 2003, p. 27).
Se o papel social do âmbito escolar é desenvolver as potencialidades dos alunos e torná-los aptos a exercer a sua cidadania, a finalidade da avaliação deve ser coerente com essa meta educacional / escolar. O ideal seria que o processo avaliativo contribuísse para que todo e qualquer aluno possa assumir poder sobre si mesmo, tendo consciência do que já é capaz e o que ainda necessita melhorar para alcançar novos patamares.
Neste contexto é que fiz uma reflexão sobre a minha prática pedagógica avaliativa desenvolvida nas minhas salas de aula, buscando identificar quais as falhas que eu estaria cometendo no desenvolvimento do processo avaliativo.
E foi com surpresa, após os estudos e atividades realizadas nas aulas da disciplina Avaliação Educacional, que percebi que muitas vezes cometi o er-
-ro, o ‘pecado’ em utilizar a avaliação como instrumento de classificação, atendendo ao que o sistema educativo impõe: valorização das notas, deixando à margem a qualidade, o percurso desenvolvido pelo aluno.
Percebi o quanto se faz necessário que se tenha um novo olhar para o processo avaliativo desenvolvido nos âmbitos escolares, para que se possa realmente desenvolver um processo de ensino-aprendizagem em que o aluno seja co-autor da construção do conhecimento, e o professor não seja o detentor do saber, mas o mediador deste.
A avaliação precisa ser vista além da mera aplicação de provas periódicas do ensino tradicional, ela necessita ser visualizada, entendida como um processo contínuo, de diagnóstico, diferente, e não como instrumento de punição, de certo ou errado.
Assim, é pertinente se fazer uma análise sobre a avaliação escolar no contexto educacional. Nesta perspectiva é as aulas desta disciplina proporcionaram esta análise e, consequentemente, a mudança das concepções que eu tinha com relação a avaliação, fazendo-se uma análise geral do como se processa a avaliação dentro do âmbito escolar, abordando novas perspectivas de uma nova prática avaliativa.
Deste modo, para que a avaliação torne-se parte integrante do processo de ensino-aprendizagem é mister a necessidade de concebê-la como “[...] uma bússola que direciona e sinaliza o melhor caminho a trilhar – avaliar para melhorar” (KRAMER, 1991, p. 27).
Portanto, não é mais admissível a avaliação classificatória, ainda praticada em alguns âmbitos escolares; onde a avaliação é utilizada de maneira reducionista, com a aplicação de instrumentos de coleta de dados, provas, testes, etc, meramente classificatórios, e a atribuição de notas ou conceitos como simples formalidade. O processo de avaliação é mais do que isso. As informações obtidas devem ser comparada com critérios e julgadas a partir do contexto em que foram produzidas. Dessa maneira, ajudarão o professor a compreender como anda o processo de ensino - aprendizagem que coordena em sala de aula; que em vez disso, serviria apenas para classificar o educando.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Avaliação da Aprendizagem: concepção de aprendizagem


Avaliação da Aprendizagem: concepção de aprendizagem


Durante muito tempo a noção de ensinar e de aprender ou apreender, tem sido mal interpretada.
Fernando Becker concebe a pedagogia diretiva – concepção tradicional como um processo fragmentado, fechado e centrado no papel do professor. Há quem ainda afirme que ensinou, mas o aluno que não aprendeu essa ainda é a realidade na prática educacional de muitos professores.

O professor é considerado o detentor do saber e o aluno mero receptor, o conhecimento é passado de forma passiva, no qual foi chamado por Paulo Freire de “Educação Bancária”. Nesta concepção os conhecimentos trazidos pelos alunos não são valorizados. E a avaliação nesse processo visa meramente classificar o aluno em bom ou ruim, possuindo aspectos punitivos e excludentes.

Já na concepção emergente ou construtivista o professor é mediador do processo de ensino-aprendizagem, e o educando é co-autor deste processo. Os erros são considerados como instrumentos para a construção do conhecimento. E a avaliação é concebida como um processo dinâmico, prazeroso e visa o desenvolvimento de habilidades e de uma reflexão mais apurada do processo de ensino-aprendizagem. Professor e aluno são parceiros no processo.

A base epistemológica que diferencia o sujeito do objeto na abordagem tradicional, é que o sujeito é o centro do conhecimento e o objeto é tudo que o sujeito não é. Neste enfoque, somente o professor é capaz de transmitir o conhecimento e o aluno é considerado como uma folha de papel em branco, ou seja, sem conhecimento.
Essa concepção empírica nega o sujeito o direito de construir o conhecimento, nega-lhe as potencialidades e acredita que os sujeitos são incapazes.

Mas, na abordagem emergente – a construtivista tem por sua base epistemológica colocando o aluno/sujeito e objeto como um processo de interação. Ambos são vistos como parceiros e responsáveis pela construção do conhecimento.
Para Anastasion a concepção de aprendizagem é o que direciona a organização do ensino. Dessa forma, o processo de ensino deve buscar o despertar para o conhecimento, apropriando-se de forma prazerosa.

Frente a esta reflexão propõe-se que as aulas sejam construídas com os alunos e não para os alunos. Nesse sentido, o aprender parte de uma concepção de aprendizagem onde ocorra a troca de experiências e o conhecimento seja apropriado de forma dinâmica.
No que tange no processo de ensinagem a ação de ensinar e aprender é, não mais do aprender, visa a construção coletiva do conhecimento. Haja visto que a aula deve ser planejada e não mais improvisada.

Nesse sentido o processo de ensinagem alia a ação de ensinar com a ação de aprender, onde simultaneamente, ocorrerá uma apropriação tanto do conhecimento, quanto do processo. Vale lembrar que o método dialético (S – O) proposto não visa o aprendizado significativo, mas preza a memorização mecânica.

No entanto, o método dialético defendido por teóricos, sinaliza que o pensamento passe da por uma afirmação para se chegar a uma síntese.

Assim, o aluno se confronta com o conhecimento, reconstruindo a visão inicial e por fim através da síntese se constrói um pensamento mais elaborado. O professor passa do detentor do saber, para mediar e orientar todo o processo de construção do conhecimento, em parceria com o aluno.

Frente as constatações assimiladas e comparações das concepções da aprendizagem, apresentadas, pode-se chegar a uma síntese mais fundamentada de que o professor deve assumir uma nova postura do processo de orientação e mediação de aprendizagem, desafiando, estimulando os alunos na construção de uma relação com o objeto de aprendizagem, tomando consciência dessa forma das necessidades de sua “clientela”.

Diante do exposto, as referências analisadas sobre o ensinar, o aprender e a ensinagem, torna-se objeto de análise da ação docente, haja vista, que os objetivos devem ser discutidos, juntamente com os conteúdos e metodologias utilizados, com estratégias necessárias para o aluno aprender e apropriar-se do conhecimento.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O TEXTO E SUAS IMPLICAÇÕES

O TEXTO E SUAS IMPLICAÇÕES




RESUMO


Objetivando compreender os aspectos, características que envolvem a produção textual, como a coesão e coerência textual, além do sentido do texto, é que se elaborou este paper. Conhecer as especificidades que permeiam a produção textual é de fundamental importância para que se possa compreender como se desenvolve um texto de forma compreensiva e significativa. Assim, a produção textual deve ser vista como a expressão oral do educando, a qual possui significado, coesão e coerência, proporcionando ao leitor a compreensão do que se quer explanar, transmitir. Portanto, conhecer e compreender como se processa a produção de textos e sua importância no contexto social é de suma importância para a formação de leitores e escritores competentes para o aumento do conhecimento que se possa construir acerca desta temática “O texto e suas implicações”.


Palavras - chave: Produção textual. Sentido e significado. Coesão e Coerência.



1 INTRODUÇÃO


Estudar as características principais de um texto, como a coerência, a coesão e o sentido, é abrir um novo mundo cognitivo sobre a produção textual. Assim, dentro do contexto educativo o texto deve ser uma constante para que os educandos tenham acesso e prática na elaboração, produção textual observando-se essas características, especificidades.

Assim, o texto no contexto educativo deve ser visto como forma de expressão do homem em que ele expõe suas críticas, seus sentimentos e constrói seu mundo, e por isso, constitui-se numa arte que denota a possibilidade do homem de criticar a realidade e expor suas emoções de forma significativa.

Dentro dos âmbitos escolares deve-se proporcionar aos educando o entendimento de que o escrever é interagir com o mundo, com o outro e consigo mesmo, tendo um sentido, significado. E desta forma, o educando poderá desenvolver competências em relação aos usos linguísticos, ter acesso aos bens culturais e alcançar a liberdade de participação no mundo letrado, assumindo sua própria palavra na produção de textos coerentes, coesos e eficazes.

O âmbito escolar deve ter por meta ensinar aos educandos a produzir textos em uma situação real de comunicação, pois a produção de textos dentro destes contextos pode criar objetivos que deem circulação social aos textos produzidos.

Portanto, o estudo e análise do texto e suas implicações possibilitarão um maior conhecimento sobre esta arte da produção que faz parte do universo humano, através do qual ele expressa seus sonhos, emoções e constroem novas realidades, novas visões de fatos que ocorrem na sociedade.


2 AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA

Para entender e compreender as especificidades do texto torna-se necessário que o âmbito escolar promova um processo de ensino-aprendizagem que venha proporcionar aos educandos vivenciar a prática de produção textual, levando-se em consideração o interlocutor, a finalidade, as suas especificidades: coesão e coerência, além dos aspectos comunicativos e textuais.

Dessa forma, é preciso que o âmbito escolar organize o trabalho pedagógico para que os educandos experimentem, vivenciem a prática de produção de textos diversos no contexto da sala de aula. Neste sentido é que o documento Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa (1997, p. 68) sinaliza que:

É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar com a escrita da linguagem – os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas – como com a linguagem escrita -, os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa para escrever. Para tanto é preciso que, tão logo o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos, mesmo que nãosaiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não faça convencionalmente.

Pode-se afirmar que desde o contato inicial com a escrita, o educando precisa vivenciar a experiência de produzir seu próprio texto, pois é através desta relação estabelecida com a produção de textos bem como com a leitura destes é que os educandos poderão internalizar as particularidades do código linguístico, da variedade padrão da língua, criando suas habilidades e competências de leitores e escritores competentes.

É preciso que os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem entendam que para formar escritores competentes torna-se necessário desenvolver uma prática pedagógica que tenha por base o diálogo, possibilitando aos educandos a liberdade de escrever, ler e interpretar o mundo que lhe cerca,obtendo subsídios para refletir e criticar esta realidade.

Desse modo é que o objetivo do trabalho de produção de textos é a formação de escritores competentes e reflexivos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais –Língua Portuguesa (1997, p. 65-66):

[...] um escritor competente é alguém que ao produzir um discurso, conhecendo possibilidades que estão postos culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu discurso se realizará escolhendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância enunciativa em questão [...] É alguém que sabe elaborar um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que sabe expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões. Um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo até considerá-lo satisfatório para o momento.



Percebe-se, assim, que o trabalho de produção de textos deve evidenciar o uso da escrita em situações diversas. Desta forma, os educandos terão condições reais de desenvolver seu potencial crítico-reflexivo, apropriando-se de novas formas de expressão, com base na análise das características dos diferentes gêneros discursivos e na interação com interlocutores diversos, de maneira adequada e criativa.

Mas, para que esses educandos tenham essa formação é necessário que estes conheçam e compreendam algumas especificidades da produção de textos, tais como: a coesão, a coerência e o sentido que um texto deve ter para que tenha significado, seja de fácil leitura e compreensão dos leitores que tenham o acesso para lê-los.

Isto implica sinalizar que para um texto ter significância, sentido e seja compreendido é preciso que o escritor faça uso de elementos gramaticais corretos, tais como: conjunções, pronomes, preposições, advérbios na elaboração das frases que constituirão as orações e, consequentemente, os períodos.

Nesta perspectiva é que Simon (2008) pontua que “[...] Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar uma textualidade, ou seja, um conjunto de características que fazem um texto, e não uma sequencia de frases” (SIMON, 2008, p. 1).

Assim, quando o escritor emprega mal os elementos constitutivos de um texto, este texto não apresentará noção de conjunto, além de que a linguagem pode tornar-se ambígua e incoerente. Para se elaborara um texto é preciso, primeiramente, vê-lo como unidade mínima de significação, levando em consideração todas as concepções que permeiam a construção deste.

Neste sentido é preciso que o escritor/educando compreenda que existem dois elementos fundamentais para a construção de um texto com sentido e significância: a coesão e a coerência. E como primeiro passo, torna-se necessário que se tenha bem definido o conceito destes dois termos.

E para melhor compreensão destes elementos que Mattozo (2009, p.1) pontua que:

A língua possui duas faces básicas: estrutura e sentido. Essas faces estão interligadas como numa moeda. Para que a moeda seja moeda, é preciso que essas duas faces existam. O mesmo ocorre na língua, ou, falando de maneira mais direta, no texto.
[...]
A estrutura diz respeito ao esqueleto da língua. Seus "ossos" e ligações. É algo mais interno. Já o sentido está relacionado ao nosso conhecimento de mundo, sendo portanto, mais externo.
Bem, a coesão é a estrutura; a coerência, o sentido.



Percebe-se, assim, que tanto a coesão quanto a coerência são elementos, aspectos de grande importância para a significação de uma produção textual, pois eles geram a estrutura e o sentido que darão a textualidade de qualquer produção textual.

Numa releitura do conceito dado por Mazzoto (2009) aos elementos: coesão e coerência pode-se afirmar que a coesão textual irá trabalhar com a estrutura do texto, com a sua formatação, com as partes que compõem o texto; já a coerência relaciona-se com as ideias e estas só poderão ser desenvolvidas se o escritor/educando ter uma diversidade de informações acerca destas ideias.
Desta forma, outros autores pontuam, também, uma complementação para o conceito desses elementos – coesão e coerência, como Fávero (2003, p. 10):

A coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma seqüência. A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente,
refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações sub jacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos.



Desse modo, tanto a coesão quanto a coerência são elementos que pertencem ao corpo de qualquer estrutura textual, dando-lhe sentido e significância. Mas, para que uma produção textual seja realmente compreensível é preciso que o escritor, o autor do texto observe três princípios: “A Coerência depende, antes de mais, das relações de sentido que se estabelecem, de forma explícita, entre as palavras. Essas relações devem obedecer a três princípios: o princípio da relevância, o princípio da não contradição e o princípio da não redundância” (PLATÃO, 1998, p. 7).

Assim, ter estes três princípios em vista é o que tornará o texto compreensível por qualquer leitor, pois o universo textual deve ser determinado por uma sequência lógica de ideias que tenham sentido, isto implica afirmar que é a continuidade de sentido que constituirá a base para que este texto tenha coerência.

No que se refere ao elemento textual: a coesão, este sendo o modo como os diversos aspectos textuais – palavras, frases, etc., se inter-relacionam, deve ser observado, pois é este que dá unidade ao texto. Para tanto, existem vários mecanismos para o estabelecimento desta coesão, como pontua Platão (1998): “Há vários mecanismos de coesão: a substituição lexical, a repetição, a pronominalização, a definitivização, a articulação interfrásica, o tempo verbal, a anáfora, a catáfora e a elipse” (PLATÃO, 1998, p. 8).

Pode-se observar que a coesão é uma bússola de orientação para a necessidade
do emprego correto dos devidos conectivos e preposições que interligam as frases, orações, parágrafos, proporcionando a conexão sequencial dos fatos o que dá sentido e a devida compreensão da produção textual.
Outros mecanismos são pontuados por autores da área linguística para que se obtenha a coesão textual. Neste sentido que Mattozo (2009, p. 14) sinaliza que:

Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos mecanismos de coesão:
a)Retomada de termos, expressões ou frases já ditas.
b)Encadeamento de segmentos do texto,feito com conectores ou operadores discursivos, tais como então, portanto, mas, já que, porque [...]



Nota-se que a coesão vai além de um conjunto de palavras, frases, parágrafos, mas abarca a continuidade que se estabelece entre esses elementos, em que haja uma lógica entre as ideias – isto sendo a coerência.

Portanto, os elementos coesão e coerência estão interligados, um complementando o outro, permitindo que haja uma logicidade na produção textual, permitindo a qualquer leitor compreender o que se esta lendo, o que foi escrito, levando-se em consideração a relevância destes dois elementos: a coesão e a coerência.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar os devidos estudos e análises da temática “O Texto e suas Implicações” para realização deste paper é possível afirmar que a produção textual não é um mero conjunto de palavras, frases, parágrafos, mas tudo isso com significância e sentido, pois a arte da palavra traz em seu bojo uma gama de significações que expressa a imaginação, o emocional, a ideia do autor do texto.

Através de uma produção textual é possível conhecer a intenção, ideia, o imaginário do autor, escritor, bem como obter o conhecimento sobre a estruturação, sentido e inter-relação que expressa o texto.

Assim, a partir destes estudos se observa que a produção textual envolve várias
implicações, tais quais: a coesão e a coerência, não sendo um texto qualquer, mas um texto que envolve sentido, significância, aquele que envolve, expressa o olhar daquele que escreve o texto, transpondo a imaginação, a emoção, permitindo ao homem construir novas realidades, verdades.

Portanto, a temática escolhida para realização deste paper permitiu conhecer e identificar a importância tanto da coesão quanto da coerência para que se tenha um texto compreensível e bem estruturado.


REFERÊNCIAS


BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. São Paulo: Ática, 2003.

MATTOZO, Davinia. Coesão e Coerência. In: Baú de Palavras, 09/11/2009.

PLATÃO, Fiorin. Lições de textos: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1998.

SIMON, Maria Lúcia Mexias. Coesão e Coerência Textuais Conceito de Tópico. In: I Simpósio de Estudos Fiológicos e Linguísticos – FFP (UERJ), 2008.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

As tendências pedagógicas no contexto educativo

O desenvolvimento da sociedade bem como o desenvolvimento educacional demanda políticas educacionais de forma crescente, em que haja a aliança entre a teoria e a prática. Assim, torna-se necessário que a prática pedagógica seja condição de grande relevância para que se possa ofertar aos indivíduos/educandos que se encontram matriculados nos âmbitos escolares, métodos de ensinos e/ou projetos pedagógicos que incentivem a criatividade e favoreçam a aprendizagem significativa.

Desta forma, é que ao longo dos anos que surgiu uma diversidade de tendências pedagógicas que sempre visaram a melhoria do processo educativo para que se pudesse acompanhar as inovações que permeiam a sociedade na qual encontram-se inseridas, permitindo-se que os indivíduos sempre ousem com os olhos voltados para a transformação social.

Nesta perspectiva é que se justifica o estudo e reflexão sobre essa temática “As Tendências Pedagógicas no Contexto Educativo” para que se possa conhecer as diversas tendências pedagógicas que surgiram ao longo dos tempos, bem como os seus representantes e contribuições deixadas para a educação em prol de um desenvolvimento efetivo e eficaz do processo educativo, em que os educandos sejam reconhecidos como parte integrantes deste processo.

Portanto, através dos estudos e análises sobre a temática em questão buscou-se conhecer, não de forma exaustiva, as diversas tendências pedagógicas que permearam e permeiam o processo educativo brasileiro, especificadamente, evidenciando a relevância destas tendências para o processo educacional.

2 AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO EDUCATIVO

O sistema educacional brasileiro, especificadamente, viveu momentos contraditórios que em muito contribuíram para a enorme expansão do sistema educacional no decorrer dos tempos, e que permitiram o surgimento de inúmeras tendências pedagógicas que até a atualidade servem de fundamentação para o desenvolvimento do processo educativo.

As tendências pedagógicas originaram-se, assim, dos movimentos sociais e filosóficos, num dado momento histórico, que acabaram por propiciar a união das práticas didático-pedagógicas, com os desejos e aspirações da sociedade de forma a favorecer o conhecimento, a aprendizagem significativa.

Assim, a educação vista como responsável pela modernização da sociedade em prol de sua inserção no mundo globalizado e na era da sociedade do conhecimento, torna-se necessário que se conheça o percurso percorrido por este sistema no que concerne ao desenvolvimento das diversas tendências pedagógicas, estas sendo decorrentes dos condicionantes sócio-políticos.

As diferentes tendências pedagógicas implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem. Mas, vale ressaltar que todas as tendências pedagógicas tiveram e tem por função contribuir para o avanço da educação, desenvolvendo teorias, concepções do processo de ensino-aprendizagem que norteie as práticas pedagógicas, objetivando a melhoria da qualidade do ensino que é ministrado dentro dos âmbitos escolares.

Pois como sinalizam Luckesi (1994, p. 21):

Educar não significa simplesmente transmitir/adquirir conhecimentos. Existe, no processo
educativo, um arcabouço de representações de sociedade e de homem que se quer formar. Através da educação as novas gerações adquirem os valores culturais e reproduzem ou
transformam os códigos sociais de cada sociedade. Assim, não há um processo educativo asséptico de ideologias dominantes, sendo necessária a reflexão sobre o próprio sentido e valor da educação na e para a sociedade.


Neste contexto é que as diversas tendências pedagógicas buscaram criar condições para que o processo de ensino-aprendizagem aprimorar-se em prol da aprendizagem significativa que venha a atender à demanda da sociedade em tempos diferentes.

As ações educativas em sala de aula são permeadas por diferentes posicionamentos pessoais que condicionam diferentes arranjos de situações de ensino-aprendizagem, em que o agir planejado do educador é sempre uma ação intencional, por isso toda e qualquer tendência pedagógica que este venha a adotar estará subjacente uma intenção, principalmente no que se refere ao indivíduo que se quer formar.

Desta forma é que as tendências pedagógicas trazem em seu cunho concepções didático-pedagógicas coerentes com a formação que se quer propiciar aos educandos, pois a partir das ações desenvolvidas se contribuirá para a condução de um trabalho educativo mais consciente, baseado nas demandas atuais da sociedade.

Por isso que Santos (2012, p. 1) em seu artigo pontua que:

O conhecimento dessas tendências e perspectivas de ensino por parte dos professores é fundamental para a realização de uma prática docente realmente significativa, que tenha algum sentido para o aluno, pois tais tendências objetivam nortear o trabalho do educador, ajudando-o a responder a questões sobre as quais deve se estruturar todo o processo de ensino, tais como: o que ensinar? Para quem? Como? Para quê? Por quê?

Assim de acordo com o momento cultural e político da sociedade em cada tempo, época, é que foram constituídas as inúmeras tendências pedagógicas, as quais os educadores necessitam conhecer para melhor construir, constituir sua prática educativa.

Neste sentido é que o professor Saviani (1997) propõe “[...] a reflexão sobre as tendências pedagógicas. Mostrando que as principais tendências pedagógicas usadas na educação brasileira se dividem em duas grandes linhas de pensamento pedagógico. Elas são: Tendências Liberais e Tendências Progressistas” (SAVIANI, 1997, p. 7).

Desse modo, essas linhas de pensamento pedagógico são decorrentes dos momentos, épocas
que os diversos teóricos, como Skiner, Watson, Vygotsky, Wallon, dentre outros, viveram nas diversas sociedades, buscando aprimorar e/melhorar a qualidade do sistema educacional destas sociedades, em prol da formação integral dos educandos.

Assim, as Tendências Pedagógicas Liberais marcaram a Educação Brasileira nos últimos 50 (cinquenta) anos, sendo às vezes conservadora e em outra renovada. Essa Tendência divide-se em quatro subgrupos: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Renovada, Pedagogia Tecnicista e Pedagogia do Escolanovismo.

Com relação as Tendências Pedagógicas Progressistas estas e são tendências que partiram da análise crítica das realidades sociais que sustentam as finalidades sócio-políticas da educação. Dentre essas tendências pode-se elencar: Pedagogia Libertadora, Pedagogia Libertária e Pedagogia Histórico-Crítica.

Sabe-se que lidar com o processo de ensino-aprendizagem não é nada fácil nem mesmo simples, mas é algo complexo, árduo, devido à grande diversidade de indivíduos/educandos, daí reside à importância de se conhecer as diversas tendências pedagógicas para que o educador tenha a compreensão dos fenômenos que rodeiam o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, permitindo, assim, ao educador construir sua prática embasada nestas tendências.

Pois, como sinaliza Luckesi (1994) “[...] a Pedagogia não pode ser bem entendida e praticada na escola sem que se tenha alguma clareza do seu significado. Isso nada mais é do que buscar o sentido da prática docente” (LUCKESI, 1994, p. 7).

Desta forma, para que o processo de ensino-aprendizagem seja significativo e obtenha resultados satisfatórios, principalmente, para os educandos, é que se torna necessário reconhecer que dentro dos âmbitos escolares perpassam as diversas tendências pedagógicas, e que estas são subsidiadas pela questão cultural com sua multiplicidade e diversidade, pois sem esse reconhecimento o planejamento e a construção idealizada da vida e do trabalho no âmbito escolar tenderão ao fracasso.

Assim, para se oferecer uma educação de qualidade e, consequentemente, garantir o sucesso do processo de ensino-aprendizagem é preciso ter uma fundamentação teórica sobre as tendências
pedagógicas tanto as tendências liberais quanto as tendências progressistas.

A partir da vertente das tendências pedagógicas liberais, segundo Fogaça (2011) estas “[...] sustentam a ideia de que o aluno deve ser preparado para papéis sociais de acordo com as suas aptidões, aprendendo a viver em harmonia com as normas desse tipo de sociedade, tendo uma cultura individual” (FOGAÇA, 2012, p. 2).

É nesta perspectiva que Libâneo (1990, p. 14) sinaliza que:


[...] a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.



Essa tendência pedagógica ramifica-se em quatro (04) correntes pedagógicas, as quais podem ser sintetizadas assim:

 Pedagogia Tradicional – o professor é visto como a autoridade máxima, um organizador dos conteúdos e estratégias de ensino e, portanto, o único responsável e condutor do processo educativo. Tendo por representante principal os jesuítas.
 Pedagogia Renovada - O centro da atividade escolar não é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e curioso. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem. “Trata-se de “aprender a aprender”, ou seja, é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito” (LUCKESI, 1994, p. 58). Sendo seus representantes: Carl Rogers, John Dewey, Maria Montessori, Ovide Decroly, dentre outros.
 Pedagogia Tecnicista - Segundo Luckesi (1994) a prática pedagógica é altamente controlada e dirigida pelo professor, com atividades mecânicas inseridas em uma proposta educacional rígida e passível de ser totalmente programada em detalhes. Seus representantes são Skinedr, Watson, Gagné, Bloon, etc..
 Pedagogia do Escolanovismo - É um método centrado no aluno, onde o âmbito escolar tem o papel de formador de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica do que com a social ou pedagógica. Sendo um dos seus representantes Anísio Teixeira.
Reportando-se para as Tendências Pedagógicas Progressistas estas, também, se ramifica em três (03) correntes pedagógicas:

 Pedagogia Libertadora - visa levar educadores e educandos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social, valorizando-se a experiência vivida como base da relação educativa. Um dos seus representantes é Paulo Freire.
 Pedagogia Libertária - Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário; é uma pedagogia não diretiva, em que o educador é orientador e os educandos livres. Tem por representantes: Lobrot, C. Freinet, Miguel Gonzales, Vasquez, dentre outros.
 Pedagogia Histórico-Crítica – nesta pedagogia o papel do educando é como participador e do educador como mediador entre o saber e o educando. O âmbito escolar não é uma mera reprodutora da estrutura social vigente, mantêm relações de reciprocidade com a mesma , de transformação. Tem por representantes: Makarenko, B. Charlot, Suchodolski, Manacorda, G. Snyders, Demerval Saviani, etc..

Enfim, todas as tendências possuem uma importância para o processo educacional, contribuindo em seu tempo com o desenvolvimento da educação. Mas, vale ressaltar que nenhum tipo de tendência é superior a outra, mas todas se completam e possuem seu valor educativo, bastando assim que o educador tenha esse conhecimento para embasar sua prática pedagógica.

Portanto, a partir do embasamento destas tendências pedagógicas é que a educação escolar é idealizada, considerando-a muito influente e capaz de contribuir para a transformação das práticas sociais e culturais necessárias, assumindo-se uma nova posição mais realista e significativa para o desenvolvimento não só da sociedade, mas, consequentemente, da educação.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto deve-se compreender que o estudo e análise da temática “As tendências Pedagógicas no contexto educativo” é de grande relevância, pois obtém-se um conhecimento mais conciso sobre as diversas tendências pedagógicas, sabendo-se o caminho a trilhar para efetuar uma prática pedagógica com qualidade e de modo satisfatório.

Desta forma, torna-se necessário que se efetivem mais ações didático-pedagógicas que pro-
-movam o estudo e análise das diversas tendências pedagógicas, para que se possa atender as exigências da sociedade em que se encontra inserido os âmbitos escolares, na promoção de uma educação escolar com qualidade e significância, em que o educando construa seu próprio conhecimento.

Nesta perspectiva, é que o estudo desta temática foi de grande relevância para o meu crescimento pessoal e educativo, pois através deste obtive novos saberes a cerca das tendências pedagógicas que permearam o universo educacional.

Portanto, o conhecimento das tendências pedagógicas no contexto escolar é de suma relevância dentro dos espaços educativos, pois é através destas que se obtém novas informações sobre uma diversidade de práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula. Além disso, este conhecimento obtido proporcionam o avanço do saber já construído, favorecendo a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


REFERÊNCIAS


FOGAÇA, Jennifer. Tendências Pedagógicas Brasileiras. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/tendencias-pedagogicas-brasileiras.htm Acesso em 21/11/12.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1990.

LUCKESI, C. C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez , 1994.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1997.

SANTOS, Roberto Ferreira dos. Tendências pedagógicas: o que são e para que servem. In: 7º Seminário de Práticas Educativas: componente curricular do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2012.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Conselho do idoso e sua importância


O número de idosos no Brasil já atinge cerca de 30% da população, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2000) e a expectativa de vida atinge aproximadamente os 74 anos segundo dados da mesma instituição IBGE (2010), devido à diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade.

No entanto, nos tempos atuais, não se considera somente a questão de viver, mas, sim, ter uma vida saudável e com qualidade, de forma autônoma, tendo a possibilidade de aperfeiçoamento da cidadania para o benefício de todos.

Com isso, surge o interesse de estudar, analisar a promoção da vida e do envelhecimento
com qualidade e bem estar, fazendo-se uma análise do espaço específico de acolhimento do idoso, para elaborar um paper que favoreça um olhar mais abrangente e específico ao estudo sobre a terceira idade, o idoso e o seu bem estar nesta etapa da vida.
Devido ao grande número de idosos existentes na sociedade atual, e, também pelos mitos em torno do envelhecimento, é que se torna necessário que se tenham leis, organizações, conselhos que venham valorizar as experiências destas pessoas e assegurar os seus direitos proporcionando-lhes uma melhoria em sua vida.
Nesta perspectiva é que se torna relevante o estudo desta temática “Conselho do Idoso e sua Importância” buscando-se conhecer a importância dos conselhos do idoso para a construção de sujeitos sociais de direitos e na defesa destes direitos.
Portanto, a criação do conselho do idoso é de suma relevância para essas pessoas que muitas das vezes não tem seus direitos respeitados, bem como uma qualidade de vida coerente com esta fase da vida para que eles sejam aceitos, acolhidos e amados nesta sociedade que se desenvolve cotidianamente deixando à margem à experiência, os idosos.


2 O CONSELHO DO IDOSO E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE


No Brasil, o número de pessoas com mais de 60 anos de idade tem aumentado substancialmente em função da elevação da expectativa de vida mundial, e juntamente com estas pessoas crescem as suas necessidades que são variadas e, assim, exigem políticas públicas diferenciadas que tenham um olhar mais voltado para essa fase da vida.

Mas, observa-se que envelhecer na atualidade, dentro desta sociedade que se desenvolve tecnologicamente em passos largos, é um grande desafio, pois os idosos são considerados seres ‘inúteis’, que atrapalham a vida de outros, que não tem mais serventia, que só atrasam a vida daqueles que são responsáveis por eles. E para constatar isso é que Couto (2004, p. ) denota que:

Envelhecer com qualidade de vida é o principal desafio, onde o problema da seguridade social, a diminuição da população ativa e o aumento do contingente de idosos que esta terá que sustentar trazem à tona a questão da previdência social. Corrigir distorções por meio da reforma previdenciária é fundamental na opinião de especialistas “do contrário a situação do Brasil vai chegar a um impasse em poucos anos.


Envelhecer é um problema dentro desta sociedade que só visa e valoriza os jovens, acreditando que os idosos já não podem contribuir em nada para o desenvolvimento social. Partindo
desta concepção é que Soares & Rodrigues (2006) sinalizam que: “[...] Nesse cenário social de predomínio da efemeridade e da não permanência, há pouco espaço para os idosos que acabam por ficar desprotegidos e marginalizados, contexto esse que tem como resultado a dificuldade de auto- aceitação e mesmo de rejeição, por parte do idoso, de seu próprio envelhecimento” (SOARES; RODRIGUES, 2006, p. 5).

Os indivíduos da terceira idade, na maioria das vezes estão à margem da sociedade brasileira, sendo excluídos justamente num momento que poderiam dar valiosas contribuições em muitas áreas, por meio de seus conhecimentos e experiência de vida. Devido ao preconceito e a discriminação é que Ferreira & Pio (2001) pontuam que “[...] A imagem estereotipada da incapacidade aliada à idade está presente na família, nos meios de comunicação, na própria comunidade que nega o indivíduo no espaço” (GANDOLPHO; NOVAES, 2002, p. 21).

O que se pode notar é que a terceira idade é uma das fases da vida mais importantes e mais difíceis, pois com o envelhecimento o indivíduo sofre uma série de mudanças no organismo, ficando mais sensível a doenças, o que pode deixar o idoso depressivo e estressado.

É preciso que haja uma conscientização tanto para os responsáveis pelos idosos quanto para eles mesmos para que não se rejeitem e nem mesmo sejam tratados como coitadinhos, doentes. Pois, como sinaliza Morangas (1997, p. 27):

[...] a velhice não é uma doença em si mesma, mas a probabilidade de adoecer durante a velhice e de que a doença deixe aquelas sequelas no organismo é muito maior do que em outras etapas da vida. Portanto é necessário que o sujeito seja “preparado” para essa etapa da vida, que o mesmo possa ter consciência, da importância de envelhecer com qualidade [...]



Para tanto, é preciso que se promovam ações que devem ter como objetivo maior a integração do idoso ao seu meio, procurando mantê-lo com o máximo de capacidade funcional e independência física e mental, na tentativa de evitar ou minimizar muitas das vezes a marginalização, o esquecimento familiar, o desprezo, o que pode acarretar sentimentos de melancolia e depressão.

Por isso, que Veras (1997) sinaliza que “[...] O principal objetivo das medidas preventivas na terceira idade não é reduzir as taxas de mortalidade, mas melhorar a saúde e a qualidade de vida dos idosos [...]” (VERAS, 1997, p. 49). Assim, as atividades, além de proporcionar momentos prazerosos e retirar o idoso da ociosidade, envolvem questões importantes como estímulo dos mecanismos cognitivos, tais quais: memória, atenção, percepção, raciocínio, julgamento, criatividade; integração intra e interpessoal. A realização de atividades é um meio privilegiado de o idoso obter bem-estar psicológico e físico.

Miranda (2003) em seus estudos ainda afirma que “A atividade em geral, seja física ou de
ordem, é uma variável frequentemente citada na literatura como sendo de grande relevância para a qualidade de vida na velhice” (MIRANDA, 2003, 67). A atividade oferece ao idoso significado e satisfação à existência, quer pelo compromisso e responsabilidade social, quer pela oportunidade de manter convívio social.

O Estatuto do Idoso foi criado tendo por objetivo consolidar direitos já assegurados na Constituição Federal de 1988, protegendo, principalmente, o idoso em situação de risco social. Mas, no próprio estatuto é abordada a importância que a família tem em assuma sua responsabilidade para com os idosos deste clã, pois segundo o Estatuto do Idoso - Lei 10.741 (2003):

Artigo 3º Título I: É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.



Assim, é preciso que a família, principalmente, não renegue esta fase da vida do desenvolvimento humano: a velhice, acolhendo seus idosos, buscando proporcionar-lhes condições de vida de qualidade, além de valorizar suas experiências. Percebe-se, ainda, a partir da leitura do artigo 3º do Estatuto do Idoso que não é somente a família que exerce um papel preponderante na obtenção de melhores condições de vida para o idoso e, sim, a participação conjunta destes com a comunidade, a sociedade e o poder público.

Objetivando cumprir o que estabelece a Lei 10. 741 (2003) é que os governantes adotaram políticas públicas favoráveis ao idoso, como a criação de ambientes propícios para que o idoso compartilhe suas experiências com as gerações mais jovens, resguardando-se todos seus direitos humanos e o cuidado da família. A possibilidade de estes desenvolverem seu potencial, participando de atividades culturais e educacionais que permitam o desenvolvimento simultâneo da
socialização e da participação.

É neste contexto que foram criados os Conselhos do Idoso, sendo de fundamental importân-
-cia o seu papel na construção de sujeitos sociais de direitos e na defesa destes direitos, “[...] sendo este importante instrumento de controle democrático das ações governamentais e privadas desenvolvidas para um efetivo atendimento ao idoso, garantindo o direito de participação do cidadão [...]” (MAFRA, 2010, p. 7).

Assim, o Conselho do Idoso tem por objetivo maior cuidar dos direitos do idoso, como muito bem expõe Furquim (2010, p. 7):

O Conselho do Idoso é um órgão de representação dos idosos, e de interlocução junto a comunidade e aos poderes públicos na busca de soluções compartilhadas.
O Conselho deve estar em sintonia com as políticas nacional e estadual e se adequar as regras e leis aprovadas e regulamentadas.
O Conselho municipal deve promover amplo e transparente debate das necessidades e anseios dos idosos, encaminhando propostas aos poderes municipais, principais responsáveis pela execução das ações. O papel do Conselho e consultivo, normativo, deliberativo e formador de políticas dirigidas a pessoa idosa.


Percebe-se que o Conselho do Idoso que foi criado pela Lei nº 218, de 26 de dezembro de 1991, “ [...] o qual, a par de suas atribuições, recebeu no Estatuto os encargos de fiscalizar as entidades privadas prestadoras de serviços de assistência a idosos e, também, coordenar a elaboração da proposta orçamentária para promoção e assistência social do idoso [...]” (SILVA, 2007, p. 7).

Desta forma, é criado mais um mecanismo de fiscalização dos direitos dos idosos. Mas, sabe-se que isto não é suficiente, pois o que se torna necessário realmente é a valorização destas pessoas que muito já contribuíram na sociedade, a qual nesta fase lhe rejeita, pois é preciso que se tenha uma nova visão sobre os idosos, como sinaliza Salgado (1996, p. 21):


[...] a questão social dos velhos não pode continuar sendo secundarizada, nem sendo objeto de políticas tímidas e soluções menores. A existência plena não é propriedade dos jovens, é um direito de todos os que estão vivos. Os velhos têm algumas décadas a mais de cidadania do que os jovens. Se isso não lhes confere a precedência, lhes dá, pelo menos, o direito de lutar por uma melhor qualidade de vida.


Portanto, não basta criar leis, decretos, instituições de proteção e cuidado para os idosos, torna-se necessário primeiramente é que as pessoas se conscientizem que a velhice faz parte do desenvolvimento humano e que todos irão passar por ela, então deve-se respeitar e valorizar esta etapa da vida pois os idosos ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento social com suas experiências.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Promover ações de conscientização na sociedade atual para que compreendam e valorizem os idosos atenda é um trabalho bastante complexo, mas necessário, pois possibilitaria a convivência saudável e construtora com as pessoas idosas, onde as relações sociais estabelecidas geram o respeito, a valorização e a cooperação entre todos os envolvidos.

Assim, torna-se urgente que sejam criadas políticas públicas que venham promover esta inter-relação para que se possa diminuir na sociedade as atitudes de exclusão, discriminação e/ou preconceitos que geram uma divisão social e à marginalização dos indivíduos com mais de 60 anos de idade.

Mas, percebe-se que através de lutas, campanhas, movimentos muito já se têm feito em prol da inclusão social e familiar dos idosos, necessitando que os entraves existentes sejam sanadas, para que estes indivíduos possam envelhecer e viver com mais dignidade e qualidade de vida, pois todos sairão ganhando, pois se construirá uma nova sociedade em que todos têm voz e vez independente de suas peculiaridades, de sua idade cronológica.

Portanto, há uma urgência para que o Conselho do Idoso tenha uma maior eficacidade dentro do contexto social, compreendendo-se a necessidade de acompanharem os idosos para que tenham seus direitos respeitados e garantidos, tornando o espaço em que estejam inseridos esses idosos num ambiente inclusivo, proporcionando-lhes o exercício de sua cidadania como qualquer outro ser humano em qualquer fase da vida.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto do Idoso – Lei nº 10. 741. Brasília, 2003.

COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na sociedade brasileira: uma equação possível? São Paulo: Cortez, 2004.

FURQUIM, Sérgio Francisco. Conselho do Idoso: finalidades e contribuições. São Paulo: Cortez, 2010.

GANDOLPHO, Maria. NOVAES, Márcia. A Imagem da Velhice.In: Revista Nursing. São Paulo, jul. 2002.



MAFRA, Flávia Luciana Naves (org.). A inserção do idoso na sociedade contemporânea. In: XIV SemeAD – Seminários em Administração, outubro de 2011.

MIRANDA, M. L. J.; GODELI, M. R. C. S. Música, atividade física e bem-estar psicológico em idosos. São Paulo: R. bras. Ci. e Mov., 2003.

MORANGAS, Ricardo. Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida. São Paulo: Paulinas, 1997.

SALGADO, M. Envelhecimento Populacional: uma agenda para o final do século. In: Anais do I Seminário Internacional. Brasília, 1996.

SILVA, Marysia Alves da. Os Conselhos do Idoso: um estudo do período. In: Revista FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 17, n. 3/4, mar./abr. 2007.

SOARES, Geraldo Antonio; RODRIGUES, Lizete Souza. Velho, Idoso e Terceira Idade na Sociedade Contemporânea. In: Revista Ágora. Vitória, n.4, 2006.

VERAS, R. País Jovem com Cabelos Brancos: a saúde do idoso no Brasil. Rio de Janeiro: Relume/Dumará, 1997.
Veja o resumo desse artigo em http://vejaaky.wordpress.com/

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

As ONGs no Brasil

AS ONGs NO BRASIL



RESUMO


Na sociedade atual a inovação é uma constante, e os indivíduos necessitam acompanhar esta inovação para que tenham acesso aos diversos bens sociais que permeiam esta sociedade em que se encontram inseridos. Mas, percebe-se que esta inovação traz consequências negativas para alguns indivíduos que não conseguem ter acesso ao mínimo de seus direitos, tais como: saúde, alimentação, educação, vestuário, habitação, dentre outros direitos, e devido a estes problemas é que surgem algumas organizações que lutam por ver estes direitos serem respeitados – surgem as ONGs (Organizações Não Organizacionais). Neste contexto, é que este paper tem por objetivos identificar a importância das ONGs na sociedade brasileira, bem como mostrar o conceito e o objetivo dessas organizações. Assim, através da pesquisa bibliográfica é que se buscou alcançar os objetivos propostos. Enfim, diante da sociedade atual que cada vez mais propaga a desigualdade social é que as ONGs tem papel fundamental para os indivíduos marginalizados.


Palavras- chave: ONGs. Desenvolvimento social. Direitos.


1 INTRODUÇÃO


O desenvolvimento da sociedade atual trouxe consigo várias mudanças na sua estrutura social, econômica, política, educacional, dentre outros, o que influenciou muito na sobrevivência dos indivíduos. Isto implica afirmar que com o desenvolvimento social muitos são os indivíduos que são relegados à margem desta sociedade, não tendo seus direitos respeitados e nem colocados em prática.

É neste contexto que surge as ONGs – Organizações não governamentais que buscam garantir os direitos destes indivíduos, tais como: educação, saúde, habitação, vestuário, dentre outros. Essas organizações buscam em seu teor proporcionar uma melhoria de vida para todos os indivíduos que são marginalizados, deixados à sua própria sorte.

Buscando identificar a importância das ONGs na sociedade civil, bem como mostrar o con-
-ceito e o objetivo dessas organizações é que se justifica a elaboração deste paper, sendo, também, isto o objetivo central deste trabalho acadêmico.

As organizações não governamentais desde sua existência, atuam sem fins lucrativos, desenvolvendo ações de solidariedade que venham garantir os direitos dos indivíduos que não tem acesso aos mínimos dos seus direitos e possam ter sua cidadania respeitada.

Daí resulta a grande importância das ONGs que ajudam a sociedade no seu crescimento, desenvolvimento, gerando novas possibilidades de trabalho, renda e garantia dos direitos das pessoas que não tem o mínimo de seus direitos garantidos, respeitados.

Portanto, ampliar o conhecimento sobre as ONGs torna-se necessário para que se possa compreender as grandes ações ou serviços que essas organizações desenvolvem em prol do crescimento e sucesso de todos os indivíduos postos à margem da sociedade.

2 ONGs: CONCEITO E OBJETIVO

Buscando a origem das ONGs – Organizações Não Governamentais verifica-se que estas compõem o terceiro setor da sociedade: os das organizações sem fins lucrativos. Pois dentro da sociedade civil tem-se três setores, em que cada um tem sua importância para o desenvolvimento desta sociedade.

Para compreender a dinâmica da sociedade civil é que Araújo (2005) pontua de forma didática que no o primeiro setor está o “[...] Estado, que, por meio de seus órgãos e entidades, exerce suas múltiplas atividades, quais sejam, política, administrativa, econômica e financeira, com o objetivo de cumprir suas finalidades básicas [...].” E acrescenta que no segundo setor, “[...] situam-se as empresas privadas, que exercem suas atividades com o fim de obter lucros a serem distribuídos aos investidores como remuneração do capital aplicado” (ARAÚJO, 2005, p. 1).

Com relação ao terceiro setor é que se encontram as organizações não governamentais. E para melhor entendimento deste setor é que Ioschpe (2005, p. 27) sinaliza que o:


[...] Terceiro Setor é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.


No decorrer dos tempos as ONGs foram tomando, conquistando seu espaço, surgidas na década de 1940 estas foram mencionadas pela ONU – Organização das Nações Unidas, mas no Brasil estas tiveram destaque e impulso na década de 1990, com a ECO 92 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente) realizada no Rio de Janeiro, objetivando garantir o exercício da cidadania e da democracia.

Usando outras palavras as Organizações Não Governamentais tem por objetivo quando o Estado deixar de realizar atividades essenciais relacionadas à: saúde, educação, moradia, vestuário, alimentação, dentre outras, essas Entidades desenvolverão esses trabalhos, mas sempre em benefício da sociedade, da população.

Neste sentido é que Tavares (2011, p. 1) pontua que:


No Brasil, as Organizações Não Governamentais cumprem um papel relevante para a sociedade, e ainda não ganham nada para isso. As ONGs procuram desenvolver atividades de interesse público. Pode-se afirmar que a criação das ONGs foi criada devido à incapacidade do poder público de não atender com eficiência as necessidades da sociedade.


As Organizações Não Governamentais não possuem vínculos com governos, sindicatos ou partidos políticos, são organizações de caráter populista, ou seja, em prol da população carente, principalmente. As ONGs surgiram para complementar o trabalho do Estado, assim, através da realização de projetos e ações, as ONGs trabalham onde o poder público não consegue chegar.

As ONGs tem por característica principal a busca pela construção e fortalecimento da democracia e o exercício pleno da cidadania, com objetivos voltados, claramente, aos setores excluídos da população, tendo por desafio maior o de juntar, dividir, partilhar e criar novas políticas e novas propostas de intervenção social.

Percebe-se, assim, que as Organizações Não Governamentais caracterizam-se pela busca constante da melhoria de vida dos indivíduos que não tem seus direitos garantidos. E como expõe Siqueira (2010, p. 7):

Direta ou indiretamente as ONGs se caracterizam como educadoras, o que importa é a bus-

-ca da melhoria da qualidade de vida, para que isso aconteça é preciso mudar as relações e a cultura dominante. Com o objetivo principal de fortalecer a democracia, por meio da participação da sociedade. As ONGs buscam a elaboração ou a identificação com um projeto político. As ONGs fazem propostas à sociedade civil e querem fortalecê-la por intermédio também, de suas ações.



Observa-se que as ONGs não surgiram para atender a sociedade de modo geral, mas uma parte desta que são excluídas. Neste contexto é que Dias (2011, p. 1) sinaliza que:

Organizações Não Governamentais nasceram com o propósito de realizar uma parte do trabalho social, cujo Estado não consegue ou não possui interesse em concretizar, a função primordial dessas organizações é atender as necessidades das classes populares mais humildes e desamparadas pelo poder público, proporcionando as mesmas um rosto e uma voz que outrora lhes fora negada.



Portanto, com o desenvolvimento da sociedade e com a falta de assistência do Estado aos indivíduos marginalizados por esta sociedade é que surgem as ONGs – Organizações Não Governamentais, as quais buscam inovar, criar oportunidades e buscar através de ações significativas o acesso destes indivíduos aos bens públicos básicos e necessários para estes indivíduos almejando o progresso de toda a sociedade civil.

3 IMPORTÂNCIA DAS ONGs NA SOCIEDADE CIVIL

Ao surgirem as ONGs – Organizações Não Governamentais buscaram contribuir, auxiliar o Estado na execução de seus afazeres em prol da população para que esta possa exercer sua cidadania e tenha uma democracia a seu a favor. Assim, as ONGs ocupam lugar de destaque na conjuntura democrática nacional, pois estão ligadas diretamente às demandas populares, contribuindo para uma nova concepção mais integrada entre direitos e políticas públicas.

As ONGs podem ter sua atuação em diversas áreas, tais como: educação, saúde, moradia, alimentação, vestuário, dentre outras áreas, contribuindo para o desenvolvimento democrático e o exercício da cidadania dos indivíduos. Neste sentido é que Quinteiro (2006, p. 229) denota sobre as Organizações Não Governamentais:


[...] Seu trabalho, suas pesquisas apontam para um mundo mais humano, mais feliz, sem medo de ser assistencialista quando necessário, ousado quando é preciso ser, poético quando a poesia nos invade com seus sonhos e utopias projetando-nos para o amanhã, firme quando a tempestade ruge, discreto e competente diante da dor, atento ao porvir, antecipando-se aos fatos, confiante no único Poder, o que emana de DEUS.


Observa-se que as ONGs possuem papel relevante dentro da sociedade civil por serem grupos sociais organizados, pois lutam em prol de alguma causa sem fins lucrativos, através de ações solidárias e filantrópicas, que ajudam em causas humanitárias.

Desta forma, todas as Organizações Não Governamentais buscam a promoção do desenvolvimento nacional como a sustentabilidade ambiental e social, a garantia dos direitos humanos, o fortalecimento da cidadania e da participação política e a conscientização dos setores populares da sociedade, isto tendo por meta principal a conquista da democracia e o exercício da cidadania de todos os indivíduos.

Neste contexto é que Farias (2010, p. 1) sinaliza a importância das ONGs para a sociedade:


As organizações da sociedade civil são uma forma de suprimir as falhas do governo com relação à assistência e resolução dos problemas sociais, ambientais e até mesmo econômicos podendo também auxilia-lo na resolução desses problemas embora isso seja uma característica um tanto quanto negativa, pois expressa o distanciamento do governo com relação às suas responsabilidades para com a sociedade. As organizações têm ainda a capacidade de despertar o civismo e a cooperação social nos seus participantes. Constituindo uma forte ferramenta de mobilização social, as organizações da sociedade civil contribuem para a manutenção da democracia uma vez que possibilita a manifestação dos interesses das minorias.



Partindo-se desta colocação feita por Farias (2010) é que se pode ressaltar que as Organizações Não Governamentais não tem o papel de executar políticas públicas, mas devem atuar para que o Estado, ou seja, o poder público seja fortalecido, através da proposição de ações, atividades que venham a garantir um Estado democrático em que seus indivíduos tenham seus direitos garantidos no pleno exercício da cidadania.

E é partindo desta concepção de ONGs que se pode afirmar que essas Organizações Não Governamentais são verdadeiros comitês em prol da cidadania, que surgiram para ajudar a construir uma sociedade democrática em que todos tenham voz e vez, em que todos sejam vistos como cidadãos com direitos e deveres.

Mas, para que essas organizações tenham validade dentro da sociedade civil é que se criou a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), que reúne inúmeras entidades sem fins lucrativos atuantes na defesa de direitos humanos e contra as desigualdades e injustiças sociais com base em práticas sociais e metodologias diferentes. A característica comum a estas variadas organizações é o compromisso com grupos sociais marginalizados ou discriminados, por meio de ações que lhes garantam direitos.

As organizações tem na ABONG uma organização maior que desde sua origem com perfil político caracterizado pela resistência ao autoritarismo; consolidação de novos sujeitos políticos e movimentos sociais, etc., busca e objetiva alternativas de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis e socialmente justas; luta contra as desigualdades sociais, econômicas, políticas e civis; a universalização e construção de novos direitos e a consolidação de espaços democráticos para todos sem distinção.

Assim, na atualidade as ONGs – Organizações Não Governamentais, difundiram-se por todo o país para que se garantissem os direitos dos indivíduos colocados à margem da sociedade principalmente. Desta forma, em 2010, segundo as estatísticas da ABONG havia no Brasil cerca de 290,7 mil organizações não governamentais.

Percebe-se a grande relevância das ONGs para a sociedade civil, pois é a partir da atuação destas organizações em diversas áreas que a população excluída está tendo seus direitos garantidos e, assim, se está construindo uma sociedade realmente democrática e em que os cidadãos possam ter voz e vez independente de qualquer coisa: raça, cor, condição financeira, sexo, credo, etc..

Portanto, as ONGs – Organizações Não Governamentais, por possuírem funções importantes, de grande relevância na sociedade civil, pois seus serviços chegam em locais e situações em que o Estado é pouco presente, é que essas organizações não podem deixar de existir, pois delas dependem inúmeros indivíduos marginalizados.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos estudos e análises realizadas para elaboração deste paper foi possível observar que os indivíduos deixados à margem da sociedade tem nas ONGs – Organizações Não Governamentais uma válvula de escape, uma tábua de salvação, pois essas ONGs possuem um perfil característico da ajuda, do auxílio, da luta pelos direitos dos excluídos, tendo uma visão de futuro que lhes permitem planejar o presente em prol de um sucesso garantido: a democracia e a cidadania para o povo.

São organizações que não tem medo de arriscar, de ir à luta, de buscar alcançar seus objeti-
-vos: garantir a democracia e a cidadania para todos os excluídos, marginalizados, em prol da construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais cidadã.

Também, pode-se afirmar que as ONGs sempre tiveram um espaço na história da humanidade, mas que só recentemente se destacou, principalmente, no Brasil, obtendo um espaço privilegiado, mais visibilidade, pois as pessoas estão buscando sua independência e realização de seus objetivos, contribuindo assim para o desenvolvimento de uma sociedade democrática.

Portanto, as ONGs são de grande relevância para esta sociedade que a todo instante evolui e deixa para trás um grande número de pessoas que buscam ter seus direitos e deveres respeitados e colocados em prática, pois todo ser humano tem o direito de exercer sua cidadania independente de qualquer coisa, porque se encontram inseridos numa sociedade democrática.


REFERÊNCIAS


ARAÚJO, Osório Cavalcante. Contabilidade para Organizações do Terceiro Setor. São Paulo: Atlas, 2005.

DIAS, Jailma. A importância das ONGs no Brasil (Publicado em 2011). Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-das-ongs-no-brasil/81001/#ixzz2GIymm7d0 Acesso em 21/11/2012.

FARIA, Caroline. ONGs - Organizações não Governamentais (Publicado em 12/09/2007). Disponível em: http://www.infoescola.com/geografia/ongs-organizacoes-nao-governamentais Acesso em 20/11/2012.

IOSCHPE, Evelyn Berg (Org.) et. al.. 3º Setor: desenvolvimento social sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

QUINTEIRO, Eudosia Acuña (Org.) et. al. Um sensível olhar sobre o terceiro setor. São Paulo: Summus, 2006.

SIQUEIRA, Vivian Silva. ONG uma perspectiva dentro da atual sociedade (Publicado em 2010). Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-das-ongs-no-brasil/81001/#ixzz2GIymm7d0 Acesso em 21/11/2012.

domingo, 29 de dezembro de 2013

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO:

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO:
UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA

RESUMO

No limiar da sociedade moderna e globalizada, o âmbito escolar tem uma função social de suma importância: o de inserir o educando nesta sociedade. Mas, para tanto, necessário se faz que este âmbito prepare esses indivíduos para uma vida cultural, dotando-os de uma série de informações, podendo inseri-los na concepção de mundo emergente da sociedade. Hoje, preparar culturalmente os educandos significa possibilitar-lhes a compreensão de mundo presente na sociedade para que possam agir – aceitando, transformando, participando da mudança dessa sociedade. E essa inserção deve estar pautada nos princípios democráticos que devem permear a gestão educativa do âmbito escolar. Todo âmbito escolar deve estar ancorado numa gestão escolar democrática tendo por instrumento de efetivação a elaboração, participativa do seu Projeto Político Pedagógico, o, qual deve nortear todo o processo de ensino e de aprendizagem daqueles que participam da vida educativa no âmbito escolar. Mas, realizar um projeto de gestão democrática a partir do planejamento participativo deve-se construir a autonomia do âmbito escolar, encarado enquanto instância de fortalecimento da sociedade civil, e, portanto, de libertação das relações impostas pelo sistema globalizador. Portanto, a gestão escolar democrática, só se efetivará a partir do momento em que os gestores ampliarem o diálogo e a participação dos envolvidos no processo educativo na gestão do âmbito escolar e da educação promovendo, assim, o avanço da democracia.

PALAVRAS-CHAVES: Gestão Democrática. Âmbito escolar. Projeto Político Pedagógico.


INTRODUÇÃO

A gestão democrática constitui um importante e relevante espaço onde a totalidade das ações do âmbito escolar, sejam elas políticas/administrativas ou pedagógicas, é definida por toda a comunidade escolar.
Nesta perspectiva é que se faz necessário uma reflexão sobre o papel social do âmbito escolar, explicitando suas contradições e procurando entendê-la, a fim de se construir a verdadeira gestão educativa democrática.
Mas, essa construção da gestão escolar numa visão democrática deve partir de onde? Por onde? Como? Que princípios nortearam essa construção e efetivação da gestão escolar democrática? Que instrumentos são necessários para tal empreendimento?
A resposta para essas indagações encontra-se na construção coletiva do Projeto Políti-
-co Pedagógico, instrumento esse de grande importância dentro do âmbito escolar para a promoção de uma gestão democrática e participativa.
E para realização dos estudos e análises da temática em questão é que se utilizou a pesquisa bibliográfica para que a partir das fontes teóricas, como Briza (2005), LDB (1996), Paro (2001), dentre outros, se possa pontuar a importância do Projeto Político Pedagógico – PPP como construção coletiva na promoção da gestão democrática e participativa.
Portanto, através deste artigo busca-se mostrar a relevância do estudo desta temática para que os envolvidos no processo educativo se conscientizem da necessidade de que para se ter uma gestão democrática é necessário que a construção do PPP seja realizada de forma coletiva e não solitária, impessoal.


A RELEVÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA


Formar indivíduos é a mais importante e relevante das funções educativas dentro e fora do âmbito escolar. Formá-los para o exercício da autonomia-intelectual, moral e social – é uma opção, uma escolha, um compromisso, dos educadores comprometidos com um projeto democrático escolar e social, envolvidos com a possibilidade da emancipação social, o que requer cidadãos autônomos, conscientes, que buscam libertar-se da submissão dos mecanismos sociais de dominação.
Para tanto, é no contexto escolar/educativo que se inicia esse processo de transformação social, através da formação integral dos educandos. Assim, é preciso que o âmbito escolar construa um Projeto Pedagógico que contribua para o desvendamento dos mecanismos de dominação e para o desenvolvimento de processos de conscientização e formação do educando.
E para que isso ocorra necessário se faz necessário que o âmbito escolar tenha uma proposta pedagógica eficaz, construída na coletividade e concretizada num bom planejamento. Um Projeto Pedagógico que vise a gestão democrática, onde todos se comprometem e dão o melhor de si mesmo.
Projetar vem do latim e quer dizer ‘lançar para adiante’. É disso que se fala quando se diz que o âmbito escolar deve elaborar o seu Projeto Político Pedagógico – o PPP. Ele deve propiciar as condições necessárias para que o âmbito escolar cumpra a sua finalidade de educar, instruir a sua clientela escolar, preparando-a para a vida, para que possa exercer plenamente sua cidadania.
O Projeto Político Pedagógico - o PPP deve ser visto como um conjunto de definições doutrinárias e de estratégias de ação no âmbito escolar, objetivando alcançar metas especificadas por todos os envolvidos no processo educativo – pais, educandos, educadores, gestores, funcionários, representantes da comunidade local. O Projeto Político Pedagógico é um mapa de navegação, que permite seguir viagem, mas, por mais que fixe a rota, não prevê todos os acidentes do percurso.
Por isso, que o PPP deve ser flexível o suficiente para permitir correções. E como sua função principal é o de projetar o âmbito escolar para frente, o Projeto Político Pedagógico - o PPP nunca estará pronto, pois ele é um processo permanentemente em construção.
Pois, como pontua Briza (2005, p.26):

A proposta pedagógica é a identidade da escola: estabelece as diretrizes básicas e a linha de ensino e de atuação na comunidade. Ela formaliza um compromisso assumido por professores, funcionários, representantes de pais e alunos, e líderes comunitários em torno do mesmo projeto educacional; sendo esta proposta flexível e não algo determinista.

Mas, para que essa Proposta Pedagógica ou Projeto Pedagógico tenha eficacidade se torna necessário que o diretor, o gestor do âmbito escolar seja como um maestro, o líder da equipe pedagógica e administrativa, que concilia a atividade administrativa com a atividade pedagógica, buscando construir um processo educativo democrático, de forma significativa e eficaz, obtendo-se uma gestão democrática escolar eficiente.
Pois, o sucesso de um gestor, está “...em saber ser líder de pessoas, em saber motivar, encaminhar as coisas, tendo sempre em vista o processo educativo para à formação de verdadeiros cidadãos...” (PARO, 1998, p.7).
O âmbito escolar/educativo só cumprirá seu papel social de formar cidadãos conscientes, participativos, transformadores da sociedade, quando o seu líder maior, seu gestor – o diretor – for um verdadeiro educador, ou seja, esteja ligado ao cotidiano da sala de aula, conheça seus educandos, educadores e pais, tornando-se um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática.
A gestão escolar democrática será eficiente e terá sucesso a partir do momento em que seu diretor seja “...um bom gestor que indica caminhos, seja sensível às necessidades da comunidade, desenvolva talentos, facilita o trabalho da equipe escolar e, é claro, resolva problemas” (PARO, 2001, p.20).
Assim, reside na Proposta Pedagógica ou Projeto Político Pedagógico o instrumento de transformação social, pois através da sua elaboração, o gestor bem como todos os envolvidos no processo educativo, têm a oportunidade “... para escolher o currículo e organizar o espaço e o tempo de acordo com as necessidade de ensino e da clientela escolar” (BRIZA, 2005, p. 27), portanto, numa gestão democrática o ideal é que o Projeto Político Pedagógico seja resultado de uma reflexão coletiva, como bem denota Álvarez (2003) em sua obra “O Projeto Educativo na Escola”.
Além disso, o Projeto Político Pedagógico deve atender aos princípios norteadores da organização escolar estabelecido pela LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – nº 9394/96, em seu Artigo 3:


Art. 3. Princípios que organizam a escola:
I. igualdade de condições para acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; (...)
IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;(...)
VIII. garantia do padrão de qualidade.



Assim, o Projeto Político Pedagógico deve apresentar duas dimensões: uma dimensão pedagógica e uma dimensão político-administrativa, sendo que a dimensão pedagógica deve ser central, definindo uma concepção e um desenho curricular, ou seja, a seleção de competências e conhecimentos a serem construídos, e de estratégias de aprendizagem e de avaliação. “Por que, o quê e como aprender e avaliar” (SANT’ANNA, 1998, p.31) são as questões que orientam essa definição. Longe de ser uma grade, com cargas horárias, estabelece o papel de cada componente curricular na formação dos educandos e prevê tempos e espaços para seu desenvolvimento.
E partindo desta dimensão pedagógica com uma visão de formação do educando para o mundo do trabalho e as práticas sociais, é que se estabelece a dimensão político-administrativo que apóia os aspectos pedagógicos contribuindo para o bom andamento de todo o processo educativo.
O Projeto Político Pedagógico – PPP - deve demonstrar uma efetiva gestão democrática, significativa, através da participação dos pais e responsáveis na gestão escolar, para que a efetividade da gestão democrática escolar aconteça. Pois, a gestão democrática escolar eficaz vai além das reuniões de pais e mestres, dos comunicados para os pais, envolve princípios, pressupostos básicos e significativos na promoção de um processo educativo eficaz, pois como denota Paro (2001, p. 59):


A proposição contida no Inciso VII do Art. 12 (LDB) com respeito à incumbência dos estabelecimentos de ensino de informar os pais e responsável “sobre a execução de sua proposta pedagógica” pode ser muito rica e plena de significados para o exercício de uma verdadeira gestão democrática da escola. Na verdade, uma gestão escolar com efetiva participação dos usuários não deveria bastar-se com a comunicação aos pais do andamento de suas atividades, mas já é um avanço significativo...



Mesmo sendo uma coisa utópica, necessário se faz que os âmbitos escolares, através de seu Projeto Político Pedagógico, proponham e realizem uma gestão escolar democrática efetiva com a participação dos pais, educadores, educandos e funcionários do âmbito escolar sob a direção de seu gestor maior: o diretor.
Além disso, a efetivação de uma gestão escolar democrática eficaz dependerá da organização e formação do Conselho Escolar, pois não é apenas a elaboração e execução do PPP que se poderá concretizar uma educação de qualidade, mas, sim, o conjunto, o qual norteará todo o processo educativo.
O Projeto Político Pedagógico além da dimensão pedagógica deve ter uma dimensão politica, pois sua finalidade é formar cidadãos, estando aqui incutido a filosofia, os princípios pedagógicos que o âmbito escolar abraça, propaga.
Outro aspecto político que reside no PPP é a autonomia que nasce com o projeto e que não se confunde com soberania, pois “...a autonomia nem sempre está associada com à democracia” (PARO, 2001, p. 58). Segundo a LDB 9394/96, o âmbito escolar é incumbido do projeto, mas deve respeitar as normas comuns e as do respectivo sistema de ensino, que deve zelar pelo atingimento de sua finalidade social; assim, o PPP não deve ser ditador de regras, mas proporcionar a escolha de caminhos eficazes para se construir uma gestão democrática, onde todos sejam co-autores desta gestão.
Portanto, a chave principal e relevante de uma gestão escolar democrática eficiente reside em seu Projeto Político Pedagógico – o PPP, que é um documento de referência, pois por meio dele o âmbito escolar exercerá sua autonomia financeira, administrativa e pedagógica, como propõe a LDB 9394/96, propondo princípios pedagógicos que correspondam ao contexto e à prática pedagógica dos educadores, além de adaptar-se às mudanças de seu público educativo, comunitário e aos objetivos educacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Compreender o âmbito escolar como construção social implica compreendê-lo no seu fazer cotidiano, onde os sujeitos (alunos, professores, direção, funcionários) não são apenas agentes passivos diante da estrutura administrativa e pedagógica. Ao contrário trata-se de uma relação em contínua construção, de conflitos e negociações em função de uma democracia efetiva.
O âmbito escolar, como espaço sociocultural, deve ser entendido como um espaço social próprio, ordenado em dupla dimensão: institucionalmente, por um conjunto de normas e regras, que buscam unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos e, cotidianamente, por uma complexa trama de relações sociais entre os sujeitos envolvidos, que incluem alianças e conflitos. Um processo de apropriação constante dos espaços, das práticas e dos saberes que dão forma à vida escolar e, consequentemente, à gestão escolar que é mediada pela apropriação, elaboração e reelaboração do seu Projeto Político Pedagógico.
Através dos estudos e análises realizados foi possível compreender a importância da gestão escolar para a promoção da democracia, a qual pode ser efetiva a partir da liberdade e autonomia dos envolvidos no processo educativo para construírem, organizarem o seu Projeto Político Pedagógico, tendo-o como caminho a seguir para se promover uma educação de qualidade.
O Projeto Político Pedagógico deve ser visto como instrumento relevante, fundamental para uma gestão democrática educativa, que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano do âmbito escolar, de uma forma reflexiva, consciente, sistematizada, participativa, possibilitando a re-significação das ações de todos os agente educativos.
Portanto, fica evidente que o âmbito escolar deve ser compreendido para além da sala de aula e dos muros deste, no sentido do âmbito escolar esta inserido num contexto social e que deve procurar atender às exigências não só dos educandos, mas de toda a sociedade. E, para tanto, é que a construção do Projeto Político Pedagógico deve ter uma perspectiva emancipatória constituindo-se num processo em que os segmentos que compõem a comunidade escolar dele devam participar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÁLVAREZ, Manuel. O projeto educativo da escola. São Paulo: Artmed, 2003.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96. Brasília: MEC/SEF, 1996.

BRIZA, Lucita. Proposta pedagógica e planejamento. In: Revista Nova Escola. Edição 181, abril/2005.

PARO, Vitor Henrique. A gestão da educação ante as exigências de qualidade e produtividade da escola pública. Petropólis: Vozes, 1998.

____________________. O principio da gestão democrática no contexto da LDB. São Paulo: Cortez, 2001.

SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que analisar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 1998.







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